Macau 2020
O caos premeditado na Saúde
A Clínica da Saúde e o Posto de Saúde do Centro oferecem
apenas curativo até o fim do recesso.
Na Clínica da Família só tem curativo. No Posto do Centro nem curativo. Em ambas, não tem médico. |
Um dos mais graves problemas para um administrador público é a perda da confiança por parte da população em suas palavras, e atos. Prometer e não cumprir é uma condenação definitiva – como o fogo de monturo – que, vai solapando pacientemente as novas promessas.
Quando a tentativa de reparar o erro das promessas antigas denota “sabiduria” do gestor, a população, calejada por anos e anos de propagandas enganosas e promessas mirabolantes, ao receber as novas e avexadas promessas diz aos seus botões, parafraseando a canção que "não adianta nem tentar nos convencer/ouvi esta história há sete anos de você", que não acredita mais em promessas. O cartaz acima é uma prova.
Inicia-se, nesse momento, o ostracismo. E o ostracismo é uma espécie de doença que além de avançar sobre o agente que prometeu e não cumpriu, arrasta para o esquecimento e para a rejeição todos os que lhe rendem aplausos e subserviência.
O cartaz acima é o exemplo maior. O último secretário da Saúde de Macau foi defenestrado do cargo por suposta malversação dos recursos da secretaria. Não se sabe até onde as denúncias eram verdadeiras, mas sabe-se que – como onde há fumaça há fogo – o secretário foi afastado, sendo prontamente substituído.
Ressalte-se que os órgãos locais responsáveis pela investigação das denúncias, o Conselho Municipal de Saúde e o Poder Legislativo, fecharam-se num mutismo inexplicável. A Câmara de Vereadores de Macau atestou sua inoperância e subserviência quando convocou o antigo secretário para explicações, e na ocasião, ao invés de questionar, enalteceu uma das áreas quem mais apresentou problemas para a comunidade de Macau.
O novo titular da pasta da Saúde municipal foi saudado e recebido como o salvador da situação. Enaltecendo o administrador, o novo secretário disse que era um desafio na sua vida, e que, dentro do Projeto Macau 2020, pretendia executar ações que visassem ao bem da comunidade e dos usuários do sistema de saúde.
Macau está melhor? O cartaz acima desmente as palavras do chefe do executivo e do novo secretário. E, de forma perversa, condena os usuários menos favorecidos, aqueles que não têm planos de saúde, nem condições de pagar consultas, que é a imensa maioria da população de Macau.
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